Eduardo Bolsonaro volta a criticar Tarcísio e acusa mercado de promover “direita permitida”

Fonte: Conexãopb com brasil247

Publicada às 16/06/2025 23:31

Durante entrevista ao canal bolsonarista “Estúdio 5º Elemento”, transmitida neste domingo (15), o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a criticar publicamente a movimentação interna da direita em torno de um nome alternativo à candidatura de seu pai à Presidência da República. A entrevista foi repercutida pela Folha de S.Paulo.

“Sem Bolsonaro, com Bolsonaro condenado, a gente não vai ter uma eleição normal no Brasil. A gente vai ter uma eleição onde, no máximo, poderá ser eleita uma ‘direita permitida’, o que fica longe de atender aos anseios populares, o que significa dizer que o establishment ainda seguirá dando as cartas no Brasil”, afirmou Eduardo. A fala foi interpretada por aliados como uma crítica direta à ascensão do nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como possível presidenciável em 2026.

A entrevista se deu enquanto Eduardo permanece em autoexílio nos Estados Unidos, onde atua para tentar influenciar o governo do presidente Donald Trump a adotar sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Moraes é relator da ação que apura o envolvimento de Jair Bolsonaro na tentativa de golpe de Estado investigada no âmbito da Polícia Federal e do STF.

Eduardo defendeu que a militância bolsonarista mantenha o foco na reversão da inelegibilidade do pai, imposta por duas decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A primeira, de junho de 2023, decorre de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação pública durante reunião com embaixadores em que Bolsonaro atacou o sistema eleitoral. A segunda, de outubro, tem como base o uso das comemorações do Bicentenário da Independência como palanque eleitoral.

O parlamentar também reagiu com ironia à crescente simpatia do mercado financeiro por certos nomes da direita. Questionado durante o programa se seria prudente “desconfiar” de políticos que vêm recebendo elogios do mercado, Eduardo respondeu: “Eu desconfiaria, né?”. Em seguida, alfinetou: “Acho que, quando você entra na vida pública, tem que priorizar o interesse público, e não deste ou daquele segmento. Ainda mais quando você assume certas posições”.