Com larga vantagem na disputa à presidência da Câmara, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) cresceu ainda mais ontem (5) com o embarque em sua candidatura de outros quarto partidos, o PSB, o PDT, o PSDB e o Cidadania, que se inclinavam a apoiar Elmar Nascimento (União Brasil-BA). Essas siglas ocupam 49 cadeiras na Casa. Com isso, subiu para 12 o número de legendas que apoiam, até o momento, a candidatura do paraibano. Juntas, essas bancadas, que reúnem do PT ao PL, somam 373 deputados. Segundo o portal Congresso em Foco, o PSD de Gilberto Kassab negocia a retirada da candidatura de seu líder, Antonio Brito (PSD).
A bancada do PSD esteve reunida até o início da noite de ontem (05). Brito afirmou que conversará com Hugo Motta e, pela primeira vez, indicou que poderá sair da disputa. Sendo assim, Hugo tem uma margem expressiva, em meio a eventuais dissidências, para vencer a corrida eleitoral já no primeiro turno em fevereiro. Para que isso ocorra, o candidato precisa receber ao menos 257 votos. Caso nenhum dos postulantes alcance essa marca, a decisão vai para o segundo turno. Nesse caso, vence quem obtiver a maioria da votação.
“Fiz a ponderação à bancada que, se nós dialogarmos com o presidente Lira e o candidato de Lira, Hugo Motta, a fim de manter as proporcionalidades que o PSD tem mantido na Casa, nós voltaremos à bancada para dialogar se a bancada deseja manter a candidatura ou se há algum tipo de mudança. Neste momento, é manter a nossa candidatura à presidência da Câmara e abrir diálogo para discutir proporcionalidades do PSD e a pauta do nosso partido”, declarou o deputado, que anunciou que será mantido na liderança do partido caso desista ou seja derrotado na disputa à presidência da Câmara.
Antonio Brito também reclamou da posição do governo Lula e do PT, de quem esperava apoio por causa da presença do PSD na base governista. “Pesou [na abertura do diálogo com o candidato do Republicanos] a posição do PT e do governo em apoiar Hugo Motta. Isso pesou porque é uma bancada do governo, tem tratativas de lealdade com o PT e o governo”, afirmou.