Durante visita às obras de duplicação da Rodovia Presidente Dutra, na região da Serra das Araras (RJ), nesta terça-feira (15), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que a retomada do crescimento econômico passa pela modernização da logística nacional. Segundo ele, obras como a da Serra das Araras — que recebe investimento de R$ 1,5 bilhão para duplicação de apenas 8 km — são essenciais não pelo tamanho, mas pelo impacto no escoamento da produção e na segurança dos usuários.
“Não haverá a possibilidade de esse país ser competitivo do ponto de vista internacional, nem na quantidade nem na qualidade, se a gente não tiver capacidade de facilitar o escoamento da nossa produção”, disse o presidente. Ele também defendeu a necessidade de um sistema de transporte mais eficiente e integrado: “O Brasil não precisa apenas de rodovia, precisa de ferrovia. E precisa recuperar a sua cabotagem, porque é preciso que a gente tenha transporte marítimo, transporte ferroviário e transporte rodoviário. É essa combinação intermodal que vai permitir que a gente possa fazer com que o país dê um salto de qualidade.”
Em sua fala, Lula fez um balanço dos dois anos e quatro meses de governo, comparando com gestões anteriores. Ele ressaltou o aumento do salário mínimo acima da inflação, o crescimento do emprego formal e a retomada de programas sociais e de crédito para pequenos empreendedores. “Já fizemos mais coisas neste país do que nos últimos sete anos. Muito mais. A economia voltou a crescer, o salário mínimo voltou a crescer acima da inflação, a massa salarial voltou a crescer, o trabalho com carteira profissional voltou a crescer”, afirmou.
O presidente também mencionou a reestruturação de bancos públicos como o BNDES e o Banco do Brasil, fundamentais para o financiamento de programas sociais e obras de infraestrutura. “A gente está fazendo mais crédito que qualquer outro momento da história do Brasil, porque para o país crescer é preciso que o dinheiro circule nas mãos das pessoas.”
Lula defendeu ainda a retomada do programa Minha Casa, Minha Vida, com a meta de entregar 2 milhões de unidades habitacionais, e rebateu críticas ao alto custo da obra na Dutra: “Muita gente que não conhece pode dizer ‘puxa, gastar R$ 1,5 bilhão para cuidar de 8km de estrada?’. A importância não é o tamanho. A importância é a qualidade do serviço que ela vai prestar para a sociedade, para os caminhoneiros, para os carros, para as cargas e as centenas de contêineres que passam por essa estrada todo santo dia.”
"O Brasil era conhecido como cemitério de obras paradas. O que aconteceu quando Dilma foi alvo de impeachment? As obras do Minha Casa, Minha Vida, creches, foram paralisadas. Não teremos mais irresponsabilidade administrativa".
Ao final, o presidente reforçou seu objetivo de transformar o Brasil em um país mais justo, com oportunidades e consumo dignos para toda a população: “O que nós queremos é garantir que este país deixe de ser eternamente um país pequeno, pobre, e se transforme em um país rico, em que as pessoas tenham poder de classe média [...] É preciso que a gente pare de nivelar a qualidade das pessoas por baixo.”