Em entrevista à Fox News divulgada nesta terça-feira (15), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que "talvez" os países latinoamericanos "devam escolher entre China e EUA", sinalizando uma escalada na postura confrontacional de sua administração em relação a Pequim. A declaração soa como um ultimato e ocorre em meio a uma série de medidas tarifárias adotadas por Washington, que têm provocado tensões com aliados e parceiros comerciais.?
O governo Trump impôs tarifas de 10% sobre importações provenientes de países aliados como Austrália, Japão, Coreia do Sul e Singapura, por exemplo, apesar de acordos de livre comércio existentes e déficits comerciais significativos com esses países. A justificativa econômica para essas tarifas tem sido questionada, especialmente considerando os laços estratégicos e de defesa entre os EUA e essas nações.?
A administração norte-americana também anunciou uma pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas para a maioria dos países, enquanto mantém uma tarifa de 125% sobre produtos chineses. A Casa Branca está avaliando propostas comerciais de pelo menos 15 países, incluindo Índia, Japão, Vietnã, Austrália, Coreia do Sul e Reino Unido, com a expectativa de formalizar acordos em breve.?
A China, por sua vez, retaliou com tarifas de 125% sobre produtos norte-americanos e indicou que só retomará negociações se houver "respeito mútuo". O presidente Trump, no entanto, declarou que os EUA não têm urgência em chegar a um acordo com Pequim, enfatizando que a China depende mais do acesso ao mercado consumidor americano.?
Analistas observam que a estratégia de Trump pode estar forçando aliados a reconsiderar suas alianças econômicas e políticas, em um cenário de crescente rivalidade entre as duas maiores economias do mundo.?