A cidade de Bucha, a 37 quilômetros da capital ucraniana, teve homenagens às vitimas no terceiro aniversário da sua libertação pela ocupação russa, que contou com a participação do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
Zelensky discursou em uma cúpula de autoridades européias na cidade e ainda afirmou que já foram documentados mais de 183 mil crimes de guerra da Rússia desde a invasão ao país.
“Desde o massacre de Bucha, ninguém pode dizer que não sabe por que razão a Ucrânia luta. Há três anos, as nossas tropas libertaram Bucha dos invasores e o mundo pôde ver o que a ocupação russa realmente é: pessoas assassinadas nas ruas, torturadas, sepulturas nos pátios das casas. A Ucrânia luta pelas vidas do seu povo. Luta para garantir que ninguém nunca mais faça, em nossa terra, o que os invasores russos fizeram", escreveu Zelensky na rede social.
O chefe da Administração Militar Regional de Kiev, Mykola Kalashnyk, esteve presente também na cerimônia em homenagem aos civis e os soldados mortos, incluindo os que defenderam Bucha nos primeiros dias da invasão russa, no cemitério da cidade, onde foram acesas velas e depositadas flores.
As tropas da Rússia ocuparam Bucha logo após terem lançado a invasão total da Ucrânia, em fevereiro de 2022, e permaneceram durante cerca de um mês. Quando as tropas ucranianas retomaram o controle da cidade, encontraram o que ficou conhecido como o epicentro das atrocidades desta guerra. Foram descobertas valas comuns de civis e documentados milhares de crimes de guerra depois da reconquista da cidade, com as ruas repletas de corpos de civis fuzilados.
O governo ucraniano denunciou o episódio como um "massacre deliberado" de pelo menos 561 civis mortos nas áreas ocupadas além do desaparecimento de 33 ucranianos, o que causou indignação na comunidade internacional e chocou o mundo.
Enquanto isso, hoje um tribunal de Moscou condenou dois jornalistas russos, que moram fora do país, a oito anos e meio de prisão por publicarem notícias “falsas” em referência ao exército russo e o massacre de civis em Bucha. Os nomes dos dois jornalistas já haviam sido incluídos na lista de procurados pelas autoridades russas em junho de 2024.
Já os analistas militares e governamentais ucranianos consideram que Moscou prepara o lançamento de uma nova ofensiva em grande escala nas próximas semanas para intensificar a pressão sobre Kiev e reforçar a posição de negociação do Kremlin nas conversações de cessar-fogo.
O porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, também afirmou nesta segunda-feira (31) em reação aos comentários feitos ontem pelo líder norte-americano que o presidente Vladimir Putin continua disponível para um contato Donald Trump. “Uma conversa entre Trump e Putin pode ser organizada conforme necessário", indicou Peskov.