Depois de atribuir os atrasos nos salários da Saúde em Campina Grande ao Governo Federal e ao Supremo Tribunal Federal (STF) por causa do impasse sobre transparência de emendas, o secretário municipal de Saúde, Dunga Júnior, encontrou um novo culpado nesta terça-feira (4): o Governo do Estado.
Dunga afirmou que o financiamento insuficiente da Saúde e a sobrecarga de demandas que Campina Grande precisa assumir, como a obstetrícia, agravam a crise.
“Temos um problema seríssimo em Campina Grande, pela falta do Estado cumprir com sua parte no financiamento da saúde no Município. Então, estaremos cada vez mais debatendo, dialogando com o Estado”, declarou o secretário.
A crise na Saúde da cidade ganhou destaque desde novembro, com atrasos recorrentes no pagamento de salários, fornecedores e repasses para o Hospital da FAP. Dunga tem evitado entrevistas e costuma se manifestar por meio de notas, sempre apontando fatores externos – de problemas técnicos em bancos a decisões judiciais – como corresponsáveis pelo quadro.
Ao ser questionado pelo jornalista Josusmar Barbosa se o subfinanciamento estadual seria a causa dos atrasos, Dunga admitiu que o Estado tem parte da responsabilidade.
“Também. Nós pagamos o salário até o quinto dia útil, mas temos que passar por todo esse processo. Nas gestões de Bruno e nas gestões passadas, mais de 29% dos recursos do orçamento são na Saúde, que abraça, em algumas especialidades, até 179 municípios. Nós estamos fazendo o que o Estado não faz, cumprindo com atendimento, a exemplo do ISEA, onde acolhemos Campina Grande e todo o nosso entorno”, reclamou.
A declaração mantém a linha adotada pelo secretário de justificar os atrasos com fatores externos, enquanto a crise financeira da Saúde municipal segue sem solução concreta.