Sem nenhum sinal de trégua, os bombardeios dos dois lados da guerra entre Israel e Irã entraram no segundo dia. Em Tel Aviv, a madrugada e o amanhecer deste sábado (14) foram marcados por clarões de mísseis.
Como aconteceu ontem, parte dos projéteis iranianos conseguiu driblar as defesas antiaéreas israelenses. Um foguete atingiu uma área residencial em Rishon LeZion. Pelo menos uma pessoa morreu e outras 20 ficaram feridas.
No Irã, duas grandes colunas de fumaça foram vistas no aeroporto internacional de Teerã. A casa de uma família foi destruída por um míssil israelense. Janelas ficaram estilhaçadas.
Desde o início dos bombardeios, na quinta-feira (12), duas usinas nucleares iranianas foram atingidas, uma em Natanz e outra em Fordow. As instalações nucleares do país islâmico é o principal alvo dos ataques israelenses.
A ação com planejamento sofisticado dos israelenses matou militares do alto escalão, sendo eles o chefe da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, e o comandante do Estado-Maior, Mohamed Bagheri.
Outros nove cientistas que trabalhavam no projeto de enriquecimento nuclear também morreram, além de dezenas de civis.
Irã ameaça aliados de Israel
As negociações nucleares entre Estados Unidos e Irã, previstas para este domingo (15), em Omã, foram canceladas. A decisão foi anunciada mesmo após a pressão do presidente Donald Trump, que tentava fechar um acordo. Teerã acusou os americanos de serem cúmplices de Israel.
Além da guerra de mísseis, também há guerra de palavras. O Irã alertou os Estados Unidos, o Reino Unido e a França para não ajudarem Israel, na tentativa de impedirem os ataques de retaliação.
Caso os aliados de Israel contrariem a ordem, o Irã ameaça atacar bases militares dos três países na região. Já o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, retrucou, dizendo vai atacar “todos os locais e todos os alvos do regime dos aiatolás”.
O ministro da defesa de Israel disse que “Teerã vai queimar”, se o Irã continuar disparando mísseis. Num pronunciamento nesta tarde, Netanyahu começou o discurso desejando um feliz aniversário a Donald Trump, que hoje completa 79 anos. Na sequência, disse que o país que governo defende a liberdade no Oriente Médio.
EUA, Rússia e China
Mais cedo, Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, conversaram por telefone por cerca de 50 minutos sobre os bombardeios no Oriente Médio. Ambos consideraram a situação “muito alarmante”. O líder ocidental disse que os americanos estão prontos para retomar as negociações com os iranianos sobre o programa nuclear.
A China condenou os ataques israelenses, classificando as ações como uma violação à soberania iraniana. No Vaticano, o papa Leão XIV apelou para que as autoridades do Irã e de Israel ajam com “razão e responsabilidade” e que busquem o diálogo.