Em entrevista ao canal France 5, o presidente da França admitiu reconhecer o Estado da Palestina dentro de poucos meses. Emmanuel Macron avançou que a decisão poderá ser formalizada durante a conferência co-presidida com a Arábia Saudita, em Nova Iorque, em junho “Espero que a medida leve também outros países a reconhecer o Estado palestino”, considerou.
Além disso, Macron, em sua visita ao Egito essa semana, em Al-Arish, na Península do Sinai, pediu pela reabertura das passagens de ajuda para a Faixa de Gaza e pediu um novo cessar-fogo entre Israel e o Hamas. Al-Arish fica a cerca de 50 quilômetros de Gaza, que é um ponto de trânsito fundamental para a ajuda chegar à Faixa de Gaza.
"Apelamos também para a retomada do cessar-fogo com caráter de urgência. É disso que precisamos. E pedimos ontem oficialmente ao presidente Trump, num apelo que fizemos em conjunto, o reinício de um cessar-fogo durante 40 a 50 dias, a libertação dos reféns e a retomada das conversações para consolidar um acordo sobre a solução política e de segurança em Gaza no dia seguinte, e a desmilitarização do Hamas", disse Macron.
A ida do líder da França teve o objetivo de sublinhar a importância de estabelecer uma nova trégua em Gaza, segundo a mídia francesa. "As negociações devem ser retomadas sem demora e de forma construtiva e quero saudar os esforços incansáveis do Egito para o cessar-fogo e a libertação dos reféns", afirmou.
Macron ainda esteve no Cairo e reafirmou o apoio ao plano árabe para a reconstrução de Gaza, além de rejeitar qualquer deslocação forçada da população ou anexação. Ao lado do líder do Egito, Abdel Fattah al-Sissi, o dirigente francês defendeu que o Hamas não pode ter qualquer representatividade na futura governação do enclave palestino. As exigências do dirigente da França foram apoiadas por al-Sissi, que afirmou que alcançar uma paz sustentável e a estabilidade no Oriente Médio continuará a ser uma questão em foco enquanto o caso palestino não for resolvido de modo justo.
Além do presidente egípcio, Macron se encontrou também com o rei Abdullah II, da Jordânia, para conversações sobre a situação da guerra. Ambos são aliados do Ocidente e almejam o fim dos combates no enclave.
A ida de Macron ao Cairo aconteceu num momento crítico para a região apos Israel ter voltado a impor o bloqueio a Gaza, quebrado o acordo e retomado os combates contra o Hamas.
O Egito, juntamente com o Catar, foi um dos principais mediadores do cessar-fogo que entrou em vigor a 19 de janeiro e violado em 18 de março.