Após os resultados positivos da viagem oficial ao Japão e Vietnã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende repetir a fórmula e levar consigo uma comitiva composta por parlamentares influentes em sua próxima agenda internacional. Em maio, Lula visitará a Rússia e, em seguida, a China, em compromissos que mesclam diplomacia de alto nível e estratégia política interna.
Segundo interlocutores do Planalto ouvidos pela coluna da jornalista Basília Rodrigues, da CNN Brasil, a decisão partiu do próprio presidente. A avaliação interna é de que a presença de líderes do Congresso Nacional nas viagens internacionais fortalece o diálogo entre os Poderes e contribui para um ambiente mais estável e colaborativo em Brasília.
Na passagem pelo Japão, Lula esteve acompanhado de nomes de peso do Parlamento, como os atuais presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), além dos ex-presidentes Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que seguem exercendo forte influência nas articulações legislativas.
A estratégia reforça a marca pessoal de Lula na política: o cultivo de relações diretas. Após dois anos de um terceiro mandato marcado por dificuldades de articulação com aliados da base governista, o presidente quer aproveitar o bom momento de saúde para intensificar agendas internacionais e estreitar vínculos com parlamentares, algo que foi mais frequente em seus governos anteriores.
Em solo russo, Lula participará das celebrações pelos 80 anos da vitória na Segunda Guerra Mundial, evento simbólico promovido pelo presidente Vladimir Putin que rememora o fim do regime nazista alemão. O presidente foi formalmente convidado para a cerimônia, que contará com a presença de outros chefes de Estado.
Depois da agenda na Rússia, Lula embarca para a China, onde participará de uma reunião entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e autoridades chinesas. O encontro é uma extensão da reunião preparatória da Celac, marcada para este mês em Honduras. Além da cúpula multilateral, o presidente brasileiro também cumprirá agenda bilateral como chefe de Estado, a convite do presidente Xi Jinping.